A União Europeia, vestida com sua armadura burocrática, mira na joia cripto da Rússia, uma stablecoin lastreada no rublo chamada A7A5.
Na verdade, essa é a maior stablecoin existente que não está atrelada ao todo-poderoso dólar americano. E agora, a UE quer bani-la completamente.
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Jogo financeiro de “Whack-a-Mole”
O plano mestre da UE? Bloquear todas as transações digitais entre qualquer pessoa baseada na UE ou seus cúmplices terceirizados e esse token rebelde.
Isso vem de uma reportagem exclusiva da Bloomberg, que aponta o dedo da UE não apenas para a A7A5, mas também para um grupo de bancos na Rússia, Belarus e Ásia Central acusados de realizar transações cripto que ajudam a Rússia a contornar sanções.
É como um episódio financeiro de “Whack-a-Mole”, mas digital e com siglas muito mais sofisticadas.
Essa última medida é apenas o novo capítulo na cruzada contínua da UE contra as escapadas cripto da Rússia.
Em setembro passado, a UE atingiu plataformas cripto que estavam próximas da Rússia, impondo sanções que congelaram transações de residentes russos e bloquearam bancos ligados ao país.
O cripto é apenas uma das ferramentas no arsenal cada vez mais criativo da Rússia para driblar as penalidades ocidentais.
Eles também contam com uma frota clandestina contrabandeando mercadorias, lavando dinheiro por meio de negociações ilícitas de ouro e, basicamente, jogando todos os jogos conhecidos pelos especialistas em políticas globais.
43% de todo o mercado de stablecoins não atreladas ao dólar
O mais surpreendente é que, logo após as sanções anteriores entrarem em vigor no final de setembro, a A7A5 decidiu dar uma festa surpresa para seu próprio valor.
O valor de mercado do token disparou de modestos US$ 140 milhões para US$ 491 milhões, um salto de 250% em apenas um dia.
Avançando para agora, está estável em cerca de meio bilhão de dólares, detendo cerca de 43% de todo o mercado de stablecoins não atreladas ao dólar, avaliado em US$ 1,2 bilhão. Para comparação, a stablecoin atrelada ao euro, EURC, está atrás com cerca de US$ 255 milhões.
Claro, as sanções da UE são o tipo de missão épica que exige a aprovação de todos os 27 estados-membros antes de se tornarem lei oficial.
Elas ainda podem ser alteradas ou suavizadas, mas o Conselho da UE descreve as sanções como uma ferramenta para atingir os responsáveis e pressioná-los a melhorar, ou pelo menos, a se comportar de acordo com a rígida Política Externa e de Segurança Comum da UE.
Expulsos
É um jogo de dominação global. O Reino Unido e os EUA já implementaram restrições semelhantes em agosto, atingindo entidades supostamente envolvidas em ajudar a Rússia a contornar sanções.
Isso incluiu participantes da Ásia Central como o Capital Bank do Quirguistão e as exchanges cripto Grinex e Meer.
E você sabe, apesar da pressão da UE e da proibição de Singapura, a empresa por trás da A7A5 ousou aparecer no evento Token2049, chegando até a garantir um espaço para o executivo Oleg Ogienko, até que os organizadores do evento os expulsaram do palco e removeram suas informações do site.
Então aqui estamos, assistindo a uma disputa financeira com um toque digital. A UE quer sufocar essa stablecoin rebelde, a Rússia continua tramando e a montanha-russa da A7A5 segue firme. Prepare a pipoca.

Especialista em criptomoedas e Web3, fundador da Kriptoworld
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Com anos de experiência cobrindo o setor de blockchain, András oferece reportagens perspicazes sobre DeFi, tokenização, altcoins e regulamentações cripto que moldam a economia digital.