Bitcoin: 5 sinais alarmantes entre a retirada do varejo e a pressão institucional

Novembro de 2025 começa sob tensão para o bitcoin, que apresenta uma queda de 2% e sinais técnicos preocupantes. Apesar da sazonalidade historicamente favorável, o mercado luta para se recuperar. Quais são os principais fatores que explicam esta tendência? Análise das cinco principais dinâmicas da semana.

Uma semana difícil de negociação: bitcoin sob pressão técnica

Após a retirada massiva de bitcoin das exchanges, o BTC iniciou novembro em baixa, retornando para $107.000. Os traders antecipam uma semana complexa, com risco de recuo para $100.000, um importante limiar psicológico. As análises técnicas destacam a fragilidade dos suportes! Notadamente, a média móvel exponencial de 50 semanas, localizada em $101.150.

Os livros de ordens revelam zonas críticas de liquidez entre $105.000 e $106.000, assim como em $117.000. Especialistas mencionam um ambiente de consolidação, onde movimentos laterais podem dominar. Recomenda-se cautela, pois um teste dos mínimos pode desencadear uma reação agressiva de compradores ou, ao contrário, aumentar a pressão vendedora.

Sazonalidade decepcionante: por que o rebote de novembro não acontece

Historicamente, novembro é um mês forte para o bitcoin, com ganhos médios de 40% desde 2013. No entanto, em 2025, a criptomoeda apresenta um desempenho negativo de 2%. Mercados de previsão, como Polymarket, dão apenas 33% de chance para o bitcoin terminar o mês acima de $120.000.

O Crypto Fear & Greed Index permanece ancorado em território de “medo”, refletindo um sentimento de mercado sombrio. Analistas observam um ressurgimento de previsões baixistas abaixo de $100.000. Um sinal de que a psicologia dos investidores pode agravar a tendência. Sem um catalisador claro, o bitcoin parece condenado a uma consolidação prolongada, distante das expectativas sazonais.

Contexto macroeconómico: entre esperança comercial e o Fed 

Os mercados de ações beneficiam-se das esperanças de um acordo comercial entre os Estados Unidos e a China, mas o bitcoin permanece à parte desta dinâmica. A correlação entre o bitcoin e as ações de tecnologia, outrora forte, enfraquece, isolando a cripto dos movimentos tradicionais do mercado. Além disso, o Fed mantém uma postura restritiva, com apenas 69,3% de chance de corte de juros em dezembro.

Essa incerteza limita a liquidez disponível para ativos de risco, incluindo o bitcoin. Ryan Lee, analista-chefe da Bitget, descreve a fase atual dos mercados cripto como uma “calma cautelosa”, uma consolidação saudável após a volatilidade induzida pelo Fed:

Consideramos a atual “calma cautelosa” nos mercados cripto como uma fase saudável de consolidação após a recente volatilidade ligada ao Fed. Isso permite que o Bitcoin se estabilize em torno de $110.000.

Queda na demanda institucional: um sinal alarmante para o bitcoin

Os fluxos líquidos dos ETFs de bitcoin dos EUA registram três dias consecutivos de saídas líquidas, um fenômeno raro. O fundo BlackRock IBIT contribuiu notavelmente para mais da metade das saídas, totalizando mais de $500 milhões. Pela primeira vez em sete meses, as compras institucionais são inferiores à nova oferta minerada, um sinal baixista histórico.

Analistas enfatizam que essa queda relembra o período anterior ao fundo local em $75.000 em abril de 2025. A crescente maturidade do mercado, marcada pela entrada de fundos soberanos e empresas, pode, no entanto, mitigar os riscos de volatilidade extrema no longo prazo.

Retirada do varejo: uma rede bitcoin adormecida

O número de endereços ativos na rede bitcoin caiu 26,1% desde novembro de 2024, passando de 1,18 milhões para 872.000. Essa retirada do varejo limita a liquidez e prolonga os ciclos de mercado. Além disso, o índice NVM (Network Value to Metcalfe) indica uma sobrevalorização do bitcoin em relação ao tamanho da sua rede.

Especialistas estimam que essa sobrevalorização pode levar a uma correção para $98.500. Sem a participação do varejo, as “mãos fortes” têm dificuldade em liquidar suas posições de forma ideal, atrasando o fim natural dos ciclos de mercado.

O bitcoin atravessa, portanto, um período delicado, marcado por um recuo técnico, fraca demanda institucional e desengajamento do varejo. As próximas semanas serão decisivas para confirmar ou negar um rebote. Devemos esperar o retorno dos compradores ou o agravamento da tendência de baixa?