O mercado cripto supera liquidação recorde enquanto os indicadores técnicos de Bitcoin e Ethereum “ficam positivos”: presidente da Bitmine

Após o maior evento de desalavancagem em cripto dos últimos cinco anos, Tom Lee, presidente da Bitmine Immersion Technologies, afirma que o pior pode ter passado — e um rali de fim de ano pode estar à vista.

A liquidação de 10 de outubro, desencadeada em parte pelo aumento das tensões comerciais entre EUA e China, eliminou bilhões em posições alavancadas em ativos digitais.

“Esse foi o maior evento de liquidação em cinco anos para cripto”, disse Lee. “Portanto, ainda existem esses efeitos colaterais, duas semanas depois, que estão afetando o mercado de cripto.”

No entanto, apesar do choque, Lee — que também cofundou a empresa de pesquisa Fundstrat — disse à CNBC neste fim de semana que tanto Bitcoin quanto Ethereum estão mostrando uma resiliência surpreendente, apontando para níveis de open interest em mínimas históricas e melhora nos indicadores técnicos como sinais de que o mercado está se estabilizando.

A desalavancagem no início deste mês — múltiplas vezes maior do que o ocorrido durante o FTX — fez o Bitcoin cair “três ou quatro por cento”, explicou Lee. Hoje, os indicadores técnicos tanto para Bitcoin quanto para Ethereum estão “virando positivos”.

Na última verificação no domingo, o Bitcoin estava sendo negociado em torno de US$ 113.500. Veja o gráfico abaixo.

Lee argumenta que o cripto frequentemente atua como um sinal antecipado para ações e para a liquidez do mercado mais amplo. Ele diz que a estabilidade do Bitcoin e a crescente atividade on-chain do Ethereum — especialmente pelo uso de stablecoins tanto nas redes Layer 1 quanto Layer 2 — sugerem fundamentos em melhora que podem se traduzir em um sentimento de maior apetite ao risco entre as classes de ativos.

Os comentários de Lee surgem enquanto o JPMorgan planeja permitir que clientes institucionais usem Bitcoin e Ether como garantia para empréstimos até o final do ano. A medida, que contará com custodiantes terceirizados, marca mais um passo na transformação cripto de Wall Street, especialmente com a administração Trump afrouxando as regulamentações.

É um momento de círculo completo para o CEO Jamie Dimon, que já chamou o Bitcoin de “pet rock”. Agora, essa mesma “pedra” pode garantir um empréstimo multimilionário do maior banco do país.

“Realmente ajuda ver o JPMorgan dizer que está aberto à ideia de usar cripto como garantia”, acrescentou Lee. Com os fundamentos melhorando, ele defende “um movimento bastante significativo até o final do ano”.