Notícias sobre Solana: Rede começa a testar tecnologia de criptografia quântica

• 16 de dezembro de 2025
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• 22:39 (UTC+8)

O design das blockchains modernas pode durar décadas, mas grande parte de sua criptografia foi projetada para um mundo onde os computadores evoluem gradualmente.

Agora, as pessoas começaram a questionar essa suposição, não porque os computadores quânticos já estejam prontos, mas porque esperar até que estejam pode ser tarde demais.

O setor como um todo começou a enxergar a resistência quântica como um desafio de arquitetura, e não como uma emergência. Solana é a mais recente grande blockchain a adotar essa mentalidade.

Planejamento de segurança: de resposta passiva para design proativo

Historicamente, as atualizações criptográficas geralmente ocorriam após crises. Vulnerabilidades eram descobertas, ataques aconteciam e, então, correções eram rapidamente lançadas. A computação quântica muda essa dinâmica. Se a criptografia falhar em larga escala, não haverá tempo para reagir.

Essa realidade está levando desenvolvedores de blockchain a explorar defesas antes que a ameaça surja. O foco atual é menos sobre proteção imediata e mais sobre garantir opções — assegurar que existam caminhos viáveis de migração caso as suposições de segurança criptográfica mudem no futuro.

Solana testa os limites de seu modelo criptográfico

A segurança atual da Solana depende das assinaturas Ed25519, um sistema rápido e eficiente que sustenta carteiras, validadores e autorização de transações. Embora seja resistente a ataques tradicionais, não oferece defesa suficiente contra métodos quânticos avançados.

Solana não está substituindo completamente o sistema existente, mas está experimentando nas margens. Em parceria com a empresa de criptografia Project Eleven, a rede está testando se esquemas de assinatura pós-quântica podem operar no ambiente de alta capacidade da Solana.

Esses experimentos estão sendo realizados em redes de teste, onde pesquisadores avaliam todos os aspectos, desde o comportamento dos validadores até as interações das carteiras

carteiras sob o modelo de transações resistentes a quânticos.

Migração é mais importante do que o algoritmo

Um dos maiores desafios no campo da segurança pós-quântica não é matemático, mas logístico. Blockchains não existem isoladamente; elas carregam anos de histórico, bilhões de dólares em ativos e milhões de usuários.

O trabalho do Project Eleven foca não apenas nos primitivos criptográficos, mas também nas estratégias de migração. O objetivo é entender como ativos, endereços e chaves podem ser transferidos com segurança caso um novo padrão precise ser adotado no futuro.

A indústria ainda não chegou a um consenso. Diferentes blockchains estão explorando diferentes formatos de endereço, mecanismos de assinatura e planos de atualização, destacando que o campo ainda está em estágio inicial.

A indústria age antes do consenso

A iniciativa da Solana reflete uma tendência mais ampla. Nenhuma blockchain é, estritamente falando, "pronta para o quântico", mas muitas já começaram a explorar o tema. Embora se acredite que ataques quânticos no mundo real ainda estejam a anos ou décadas de distância, essas atividades iniciais continuam em andamento.

Mesmo os alertas mais importantes dos líderes do setor são probabilísticos, não preditivos. A incerteza é o principal motor. Se o cronograma é incerto, a preparação se torna uma forma de hedge, não de previsão.

Uma batalha duradoura sem prazo final

Atualmente, a computação quântica ainda está restrita a laboratórios e experimentos controlados. Com o hardware disponível hoje, quebrar a criptografia das blockchains em larga escala ainda não é viável. Mas a criptografia tem memória longa — redesenhar leva tempo.

A abordagem da Solana marca uma mudança na forma como a segurança blockchain é tratada. A rede não está mais apenas otimizando velocidade e eficiência, mas também sua capacidade de sobreviver em diferentes eras tecnológicas.

A resistência quântica não é um recurso perceptível ou utilizável pelo usuário. É uma escolha de design invisível, feita para garantir que, quando as suposições criptográficas mudarem, a rede não precise ser reconstruída do zero.