Do aumento das taxas de juros do iene ao fechamento das mineradoras, por que o bitcoin continua caindo?
O preço do Bitcoin caiu recentemente, principalmente devido às expectativas de aumento das taxas de juros pelo Banco Central do Japão, à incerteza sobre o caminho de redução das taxas do Federal Reserve e ao comportamento sistemático de redução de risco por parte dos participantes do mercado. O aumento das taxas no Japão pode desencadear o fechamento de operações de arbitragem global, levando à venda de ativos de risco. Além disso, a incerteza sobre as expectativas de cortes de taxas nos Estados Unidos aumentou a volatilidade do mercado. A venda realizada por holders de longo prazo, mineradores e market makers ampliou ainda mais a queda dos preços. Resumo gerado por Mars AI Este resumo foi gerado pelo modelo Mars AI, cujo conteúdo ainda está em processo de atualização para melhorar precisão e completude.
O início da semana após o corte de juros não foi nada animador.
O Bitcoin recuou para perto de US$ 85.600, enquanto o Ethereum perdeu o patamar dos US$ 3.000; as ações relacionadas a cripto também sofreram pressão, com Strategy e Circle caindo quase 7% no dia, Coinbase recuando mais de 5%, e as mineradoras CLSK, HUT e WULF registrando quedas superiores a 10%.
Desde as expectativas de aumento de juros pelo Banco Central do Japão, passando pela incerteza sobre o caminho dos cortes de juros do Federal Reserve, até a retirada sistêmica de risco por holders de longo prazo, mineradores e market makers, os motivos desta queda são predominantemente macroeconômicos.
A alta dos juros do iene: a primeira peça do dominó subestimada
O aumento dos juros no Japão é o maior fator por trás desta queda, podendo ser o último grande evento do setor financeiro neste ano.
Dados históricos mostram que, sempre que o Japão aumenta os juros, os holders de Bitcoin sofrem.
Nas três últimas vezes em que o Banco Central do Japão subiu os juros, o Bitcoin caiu entre 20% e 30% em 4 a 6 semanas. Conforme detalhado pelo analista Quinten: após o aumento dos juros do iene em março de 2024, o Bitcoin caiu cerca de 27%; após o aumento em julho, caiu 30%; e após o aumento em janeiro de 2025, caiu novamente 30%.

Desta vez, trata-se do primeiro aumento de juros no Japão desde janeiro de 2025, podendo levar as taxas ao maior nível em 30 anos. Atualmente, o mercado prevê com 97% de probabilidade um aumento de 25 pontos-base no iene, o que já é dado como certo; a reunião do dia será apenas um procedimento formal, e o mercado já antecipou a reação negativa.
O analista Hanzo afirmou que o mercado cripto ignorar os movimentos do Banco Central do Japão é um grande erro. Ele destacou que, como o Japão é o maior detentor estrangeiro de títulos do Tesouro dos EUA (com mais de US$ 1.1 trilhão em posições), mudanças na política do banco central japonês podem impactar a oferta global de dólares, os rendimentos dos títulos e ativos de risco como o Bitcoin.
Vários usuários do Twitter focados em análise macro também apontaram que o iene é o maior player do mercado de câmbio depois do dólar, podendo ter impacto maior que o euro nos mercados de capitais. O bull market das ações americanas nas últimas três décadas está fortemente ligado ao carry trade com o iene. Por anos, investidores tomaram empréstimos em iene a taxas baixas para investir em ações e títulos americanos ou comprar ativos de alto rendimento como criptomoedas. Quando as taxas japonesas sobem, essas posições podem ser rapidamente fechadas, levando a liquidações forçadas e desalavancagem em todos os mercados.
O cenário atual é: a maioria dos principais bancos centrais está cortando juros, enquanto o Banco Central do Japão está subindo. Esse contraste desencadeia o fechamento de operações de arbitragem, o que significa que tal aumento de juros pode causar nova turbulência no mercado cripto.
Mais importante ainda, o risco principal pode não ser o aumento em si, mas o sinal que o Banco Central do Japão dá sobre sua política para 2026. Atualmente, o banco já confirmou que, a partir de janeiro de 2026, irá vender cerca de US$ 550 bilhões em posições de ETF. Se em 2026 houver novos aumentos de juros, isso pode acelerar a venda de títulos, encerrar operações de arbitragem com o iene e provocar uma onda de venda de ativos de risco e repatriação do iene, com impacto prolongado sobre ações e criptomoedas.
Mas, com sorte, se após este aumento o Banco Central do Japão pausar novos aumentos nas próximas reuniões, o fim do flash crash pode abrir espaço para uma recuperação do mercado.
Incerteza sobre os próximos cortes de juros nos EUA
Obviamente, nenhuma queda é causada por um único fator ou variável. O período do aumento de juros no Japão e a forte queda do Bitcoin também coincidiram com: alavancagem em níveis máximos; aperto de liquidez em dólares; posições extremas; impacto da liquidez e alavancagem globais, entre outros.
Vamos voltar o olhar para os Estados Unidos.
Na primeira semana após o tão esperado corte de juros, o Bitcoin começou a enfraquecer. O foco do mercado já mudou para "quantos cortes ainda podem ocorrer até 2026 e se o ritmo será forçado a desacelerar". E dois dados a serem divulgados esta semana — o relatório de empregos não agrícolas dos EUA e o CPI — são variáveis centrais para a reprecificação dessas expectativas.
Com o fim do shutdown do governo americano, o Bureau of Labor Statistics (BLS) divulgará nesta semana os dados de emprego de outubro e novembro, com maior atenção para o relatório de empregos não agrícolas, que sai hoje às 21:30 (UTC+8). O mercado espera a criação de apenas +55 mil empregos, bem abaixo dos +110 mil do período anterior.
À primeira vista, trata-se de um dado típico de "positivo para cortes de juros", mas a questão é: se o emprego esfriar rápido demais, o Federal Reserve pode temer uma desaceleração econômica e optar por ajustar a política com mais cautela. Se os dados de emprego mostrarem uma "queda abrupta" ou deterioração estrutural, o Fed pode preferir esperar em vez de acelerar o afrouxamento.
Olhando para o CPI, o ponto mais discutido pelo mercado sobre o dado a ser divulgado em 18 de dezembro (UTC+8) é: será que o CPI dará ao Fed um motivo para "acelerar o enxugamento do balanço" e assim compensar o aperto do Banco Central do Japão?
Se a inflação mostrar alta ou persistência, mesmo que o Fed mantenha a postura de corte de juros, pode acelerar o enxugamento do balanço para retirar liquidez, equilibrando "afrouxamento nominal" com "aperto real de liquidez".
O próximo corte de juros realmente certo só deve ocorrer na janela de janeiro de 2026, o que ainda está distante. Atualmente, a Polymarket prevê 78% de chance de manutenção dos juros em 28 de janeiro, com apenas 22% de chance de corte — a incerteza é muito grande.
Além disso, nesta semana o Banco da Inglaterra e o Banco Central Europeu também realizarão reuniões para discutir suas políticas monetárias. Com o Japão já mudando de rumo, os EUA hesitantes e Europa e Reino Unido em compasso de espera, a política monetária global está altamente fragmentada e sem convergência.
Para o Bitcoin, esse "ambiente de liquidez descoordenado" costuma ser mais destrutivo do que um aperto claro.
Fechamento de mineradoras e saída contínua do dinheiro antigo
Outra análise comum é que os holders de longo prazo continuam vendendo, e o ritmo de venda acelerou nesta semana.
Primeiro, a venda por parte dos ETFs: os ETFs de Bitcoin à vista registraram saída líquida diária de cerca de US$ 350 milhões (aproximadamente 4.000 BTC), com destaque para os fluxos negativos do FBTC da Fidelity e do GBTC/ETHE da Grayscale; no caso dos ETFs de Ethereum, a saída líquida acumulada foi de cerca de US$ 65 milhões (aproximadamente 21.000 ETH).
Um ponto interessante é que o desempenho do Bitcoin durante o pregão americano tem sido relativamente mais fraco. Dados da Bespoke Investment mostram: "Desde o início das negociações do IBIT Bitcoin ETF da BlackRock, quem manteve posição após o fechamento teve retorno de 222%, mas quem ficou apenas durante o pregão perdeu 40,5%."

Logo depois, surgem sinais de venda mais diretos on-chain.
Em 15 de dezembro (UTC+8), o fluxo líquido de Bitcoin para exchanges atingiu 3.764 BTC (cerca de US$ 340 milhões), um pico recente. Só na Binance, o fluxo líquido foi de 2.285 BTC, cerca de 8 vezes maior que o período anterior, indicando claramente grandes players depositando para vender.
Além disso, as mudanças de posição dos market makers também são um fator importante. No caso da Wintermute, entre o fim de novembro e o início de dezembro, foram transferidos mais de US$ 1.5 bilhão em ativos para exchanges. Embora entre 10 e 16 de dezembro (UTC+8) tenha havido um aumento líquido de 271 BTC na posição, o mercado ficou apreensivo com o volume das transferências.
Por outro lado, a venda por holders de longo prazo e mineradores também chamou muita atenção.
A plataforma de monitoramento on-chain CheckOnChain detectou uma rotação no hashrate do Bitcoin, fenômeno que costuma ocorrer em períodos de pressão sobre mineradores e aperto de liquidez. O analista on-chain CryptoCondom comentou: "Um amigo me perguntou se mineradores e OGs realmente estão vendendo seus BTC. A resposta objetiva é sim, basta ver os dados da Glassnode sobre a posição líquida dos mineradores e o comportamento dos OGs de longo prazo."
Os dados da Glassnode mostram que os OGs que não movimentaram seus Bitcoins por mais de 6 meses vêm vendendo há meses, com aceleração clara do fim de novembro até meados de fevereiro.


Somando-se à queda do hashrate global do Bitcoin, até 15 de dezembro (UTC+8), segundo dados da F2pool, o hashrate global do Bitcoin estava em 988,49 EH/s, queda de 17,25% em relação à mesma hora da semana anterior.
Esses dados também coincidem com rumores de que "mineradoras de Bitcoin em Xinjiang estão desligando as máquinas". O fundador e presidente da Nano Labs, Kong Jianping, também comentou sobre a recente queda do hashrate, estimando que, considerando uma média de 250T por máquina, pelo menos 400 mil máquinas de mineração de Bitcoin foram desligadas recentemente.

Em resumo, os fatores desta queda incluem: o Banco Central do Japão iniciando o aperto e desestabilizando o carry trade do iene; o Federal Reserve, após o primeiro corte, sem conseguir indicar um caminho claro, levando o mercado a reduzir as expectativas de liquidez para 2026; e, on-chain, o comportamento de holders de longo prazo, mineradores e market makers amplificando a sensibilidade dos preços às mudanças de liquidez.
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