Flórida tenta o Bitcoin novamente: como o projeto de lei de pensão de US$ 218 bilhões torna o BTC um ativo do estado desta vez
A Flórida está de volta com mais uma tentativa de incluir Bitcoin no balanço patrimonial do estado. O novo projeto de lei, HB 183, retoma o esforço fracassado do ano passado, mas com mais rigor e alcance ampliado.
Mais uma vez, estabelece um teto de 10% de determinados fundos estaduais que poderiam ser alocados em ativos digitais, incluindo Bitcoin e ETFs regulados. Mas, enquanto o projeto de lei de 2025 era principalmente um gesto aspiracional, este se apresenta como um plano de ação funcional.
Ele detalha como funcionaria a custódia, quem tomaria as decisões e até mesmo o que acontece se o estado perder o controle de suas chaves privadas.
O projeto de lei é extenso e detalhado, e por um bom motivo: o HB 183 pretende mostrar que a Flórida pode realmente manter criptoativos de uma forma que passe por auditoria.
Define ativos digitais para incluir Bitcoin, valores mobiliários tokenizados e outros instrumentos registrados criptograficamente sob as leis de registros eletrônicos da Flórida. Também abre espaço para produtos negociados em bolsa que detenham ativos digitais juntamente com ações ou commodities.
Essa expansão significa que o estado não está falando apenas em acumular Bitcoin. Está se posicionando para ter exposição por meio de ETFs registrados na SEC ou até mesmo valores mobiliários tokenizados, desde que atendam aos padrões de custódia e divulgação.
O projeto de lei designa o Chief Financial Officer como o ator central. O CFO poderia alocar até 10% de cada conta de fundo estadual, desde a Receita Geral até fundos fiduciários e de agências, em instrumentos de cripto ou ETF aprovados.
O mesmo teto se aplica ao sistema de pensões, onde o State Board of Administration poderia investir até 10% do Florida Retirement System Trust Fund. Esses limites espelham o projeto do ano passado, mas esclarecem que o limite se aplica por conta, e não a todos os fundos coletivamente, ampliando efetivamente o potencial de alocação.
Nenhuma dessas medidas é obrigatória, pois são tetos, não cotas, mas a autorização legal é ampla o suficiente para ter impacto.
As regras de custódia e controle foram reforçadas. Qualquer ativo digital adquirido pelo estado deve permanecer sob controle contínuo, seja mantido diretamente pelo CFO ou por um custodiante qualificado que possa legalmente garantir o interesse de segurança. Se esse controle for perdido, o estado tem cinco dias úteis para corrigir a situação.
O empréstimo é permitido, mas apenas se os empréstimos forem totalmente colateralizados, com o CFO livre para exigir sobrecolateralização por meio de regulamentação. Esses são os tipos de salvaguardas operacionais projetadas para responder à questão que inviabilizou o primeiro projeto: como proteger as chaves privadas do tesouro público?
O HB 183 até prevê impostos ou taxas recebidos em cripto, exigindo que sejam transferidos para a Receita Geral e reembolsados em dólares, um pequeno mas revelador sinal de que os redatores estão pensando tanto no atrito contábil quanto na ideologia.
A escala e os riscos
Os números por trás do percentual de 10% tornam o projeto mais do que simbólico. O Florida Retirement System detém cerca de US$ 218 bilhões.
Uma alocação de 1% equivaleria a aproximadamente US$ 2,2 bilhões, já mais do que a maioria dos fluxos diários de ETFs spot de Bitcoin.
Uma alocação de 5% se aproximaria de US$ 11 bilhões, e isso antes de contar outros fundos estaduais como o Budget Stabilization Fund de US$ 4,9 bilhões, que teoricamente poderia adicionar centenas de milhões a mais.
Nenhuma dessas movimentações ocorreria da noite para o dia, mas mesmo um piloto cauteloso de 1% introduziria uma nova fonte de demanda constante em um mercado que agora depende fortemente dos ETFs para entradas de capital.
Os obstáculos legais e políticos permanecem elevados. O projeto de lei isenta as participações em cripto de algumas das regras de segurança de depósitos públicos do estado, mas isso não resolve a questão maior da volatilidade e do risco fiduciário. Fundos públicos são baseados em liquidez e previsibilidade; Bitcoin não é nenhum dos dois.
A cláusula de correção em cinco dias para falhas de custódia pode parecer organizada no papel, mas não foi testada na prática do setor público. Auditores vão querer provas de que a Flórida pode documentar e avaliar essas participações com o mesmo rigor de seus títulos do Tesouro ou ações.
Há também a questão do timing: mesmo que o projeto seja aprovado, cada conselho de investimentos ainda precisaria alterar suas próprias declarações de política antes de investir em cripto.
O HB 183, em resumo, não é uma declaração de que a Flórida vai comprar Bitcoin, mas de que a Flórida quer tornar isso legalmente possível. Ele amplia o escopo de um ativo para toda uma classe, constrói mecanismos de controle e prepara o terreno para uma participação cautelosa, em vez de apostas especulativas.
O número de 10% chama atenção, mas a verdadeira história está na tentativa do estado de criar um manual legal para a custódia soberana de criptoativos.
Se essa estrutura resistir ao escrutínio e ganhar tração, pode se tornar o primeiro modelo desse tipo nos EUA: uma mudança silenciosa, porém profunda, na forma como os governos pensam sobre a posse de ativos digitais, uma lei de cada vez.
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