Pix vs stablecoins, quem está ganhando a guerra dos pagamentos?
Futuro dos pagamentos no país envolverá tanto sistema instantâneo de transferência, quanto moedas digitais.
O presidente do Banco Central do Brasil, afirmou nesta semana que o Pix colocou o Brasil em uma posição única no mundo e acabou com a necessidade das stablecoins.
De acordo com ele, o sistema de pagamentos instantâneos do Brasil bateu o recorde de 297,4 milhões de transações realizadas na última Black Friday.
Desse modo, segundo ele, o país encontrou uma solução eficiente, rápida, barata e amplamente aceita para pagamentos digitais, algo que ainda não existe em escala semelhante em outras economias.
Para o presidente do BC, o Pix ‘matou a lógica das stablecoins’ como meio de pagamento doméstico porque eliminou a necessidade de alternativas privadas para transferências diárias.
Ainda assim, enquanto o Banco Central defende a supremacia do Pix no cenário interno, a Receita Federal aponta para uma realidade um pouco diferente.
De acordo com o regulador, as stablecoins dominam as operações declaradas pelas exchanges brasileiras.
Segundo o auditor fiscal Flavio Correa Prado, ao longo dos últimos cinco anos o volume negociado de stablecoins não só superou o Bitcoin, como passou a representar até 90% das transações reportadas ao órgão.
Uma projeção técnica indica que o volume mensal pode alcançar US$ 9,8 bilhões até o fim de 2026, caso o ritmo atual continue.
Pix vs stablecoins
Dessa forma, o Pix reina soberano nos pagamentos cotidianos, enquanto as stablecoins vêm ganhando espaço no universo de investimento, proteção cambial e transações internacionais.
Assim, embora o Pix tenha extinguido a demanda por stablecoins no varejo, ele não conseguiu impedir que elas se tornassem ferramentas essenciais em outros segmentos da economia digital.
Galípolo reforçou que o Pix nasceu dentro do sistema financeiro regulado, algo que ampliou a confiança do público e reduziu riscos.
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Ele lembrou que, apesar da popularidade crescente das stablecoins, a maioria delas não paga juros, o que limita seu apelo como instrumento financeiro quando comparado aos produtos tradicionais do mercado.
Além disso, ele questionou o incentivo de correr riscos com emissores privados, se o sistema bancário já oferece juros sem risco e liquidez total.
Por outro lado, o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apresenta uma leitura oposta.
Para ele, as stablecoins representam a forma mais simples e eficiente de o brasileiro ter exposição ao dólar e acessar rendimentos atrelados à moeda americana.
Esse fator explicaria o crescimento contínuo do uso desses ativos no país. O contraste entre as posições de Campos Neto e Galípolo ilustra o embate ideológico por trás das escolhas de política monetária e inovação financeira.
Stablecoins no Brasil
A discussão também avança para o campo regulatório. O Banco Central classificou as stablecoins como parte do mercado de câmbio, impondo regras para emissão, custódia e circulação.
A medida abriu espaço para que a Receita Federal aplique IOF sobre operações com stablecoins, mesmo antes de propostas mais amplas no Congresso avançarem.
Galípolo destacou que a regulação é necessária porque esses ativos têm sido usados em transações suspeitas, como compras de helicópteros e lanchas, o que acendeu alertas entre autoridades.
Ao mesmo tempo, ele reconheceu que as stablecoins podem ter papel importante em transações internacionais, segmento no qual o Pix ainda não oferece a fluidez obtida no mercado interno.
Para ele, a solução ideal seria a integração entre sistemas de pagamento instantâneo de diferentes países, algo que poderia reduzir custos e ampliar a competitividade.
O debate, portanto, não é sobre eliminar stablecoins, mas sobre definir onde elas são mais eficientes e onde o Pix se sobressai.
A migração de recursos também preocupa o BC.
Assim, Galípolo afirmou que, embora a troca de reais por stablecoins não altere o volume total de depósitos na economia brasileira, pode deslocar valores para emissores no exterior, afetando bancos nacionais e exigindo atenção regulatória contínua.
De acordo com ele, a vigilância precisa ser reforçada porque esse movimento, se crescer, pode gerar perda de liquidez no sistema financeiro doméstico .
No campo macroeconômico, o presidente evitou antecipar qualquer sinal sobre a próxima decisão da taxa Selic, atualmente em 15%.
Ele disse que o comitê analisará com cautela o cenário, especialmente porque a inflação de 4,68% em doze meses ainda supera o teto da meta.
Essa postura cautelosa reforça que o BC não deseja estimular volatilidade adicional em um momento de transformação acelerada no sistema financeiro.
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