Em 29 de setembro de 2025, uma notícia marcante veio do mercado de Nova York: o valor total dos contratos em aberto dos produtos de opções relacionados ao iShares Bitcoin Trust (IBIT) da BlackRock atingiu 38 bilhões de dólares, superando oficialmente os 32 bilhões de dólares da plataforma offshore Deribit, tornando-se o maior local de negociação de opções de bitcoin do mundo. Esse avanço não é apenas uma vitória para um produto individual, mas também significa que o domínio do mercado de opções de bitcoin está mudando de plataformas offshore para plataformas de Wall Street sob rigorosa regulamentação, acelerando significativamente a entrada de investidores institucionais.

I. Crescimento impulsionado pela conformidade e reestruturação do mercado
O crescimento explosivo das opções IBIT está enraizado em sua enorme base de ativos à vista. Desde que a SEC dos EUA aprovou o ETF de bitcoin à vista em 2024, o IBIT, como líder do setor, já atraiu mais de 84,6 bilhões de dólares em ativos sob gestão, fornecendo uma base sólida de ativos subjacentes e clientes para o mercado de derivativos.
A forte demanda dos investidores institucionais é o principal impulsionador. Em um ambiente de volatilidade de mercado, eles precisam urgentemente de ferramentas de hedge e alocação de ativos que sejam conformes e eficientes. As opções IBIT operam sob um quadro regulatório claro da SEC e CFTC, com garantias como margem integral e liquidação em tempo real, atendendo exatamente a essa necessidade. A avaliação do CEO da BlackRock, Larry Fink, de que "os criptoativos estão se tornando mainstream", foi comprovada aqui.
Essa mudança remodelou completamente a estrutura do mercado. Anteriormente, plataformas offshore como Deribit, com alta alavancagem e flexibilidade, eram dominadas por investidores de varejo e alguns fundos de hedge, mas a falta de regulamentação sempre foi uma preocupação. Em 2025, o endurecimento global da regulamentação criou oportunidades para bolsas tradicionais como CME, Nasdaq e produtos regulados como o IBIT. Os dados mostram que, na última semana de setembro, o volume de negociação de opções IBIT aumentou 25% em relação à semana anterior, com o valor nominal diário ultrapassando 5 bilhões de dólares. O mercado está passando por uma migração estrutural, e analistas preveem que, até 2026, a participação de mercado das opções reguladas aumentará dos atuais 45% para 65%.
Visão geral dos principais dados das plataformas globais de opções de bitcoin em setembro de 2025
Nome da Plataforma | Contratos em aberto (bilhões de dólares) | Participação de mercado (%) | Principais grupos de usuários | Quadro regulatório |
IBIT (BlackRock) | 380 | 28,5 | Investidores institucionais | SEC/CFTC |
Deribit | 320 | 24 | Varejo e fundos de hedge | Offshore (sem regulamentação unificada) |
CME Group | 250 | 18,8 | Instituições financeiras tradicionais | CFTC |
OKX | 180 | 13,5 | Usuários de varejo asiáticos | Hong Kong SFC |
Outras plataformas | 350 | 26,2 | Misto | Diversificado |
Total global | 1.480 | 100 | - | - |
Fonte dos dados: Relatórios integrados da Bloomberg, CoinLaw e AInvest
II. Mudança no comportamento institucional: derivativos tornam-se ferramenta de alocação mainstream
Em 2025, o comportamento de alocação institucional em derivativos de bitcoin passou por uma transformação qualitativa. Uma pesquisa global da Ernst & Young mostra que 55% das instituições entrevistadas já se envolveram com opções de cripto, um aumento de 18 pontos percentuais em relação a 2024; a alocação média de fundos de pensão e fundos de hedge atingiu 2,5% de seus portfólios.
Essa tendência decorre da maturidade do próprio mercado de bitcoin: seu preço oscilou entre 70.000 e 95.000 dólares, com a volatilidade caindo para 80% da média histórica, tornando o uso de derivativos para gestão de risco mais viável. Vale notar que, nesta rodada de entrada institucional, há maior ênfase em manter posições de longo prazo e alocação estratégica, em vez de especulação de curto prazo, conferindo maior resiliência ao mercado. O relatório aponta que o capital institucional respondeu por 42% do volume total de negociação de derivativos de cripto, com gigantes como Goldman Sachs e JPMorgan gerenciando grandes exposições ao risco de bitcoin por meio de canais como o IBIT.
III. Profundidade da financeirização: desafios e oportunidades futuras
A liderança do IBIT impulsionou a financeirização do bitcoin para um novo patamar. O aprofundamento do mercado de opções gerou produtos inovadores como notas estruturadas e títulos vinculados a índices, e estima-se que o volume total de negociação de derivativos de cripto alcance 15 trilhões de dólares em 2025, com opções respondendo por 30% desse total.
No entanto, desafios acompanham esse crescimento. A coordenação regulatória global continua sendo o maior obstáculo, com atritos de liquidação transfronteiriça entre o quadro MiCA da União Europeia e as regras dos EUA exigindo solução urgente. O risco de manipulação de mercado também persiste, com a CFTC já iniciando auditorias especiais em plataformas offshore. O setor pede amplamente o estabelecimento de padrões globais unificados para evitar o acúmulo de riscos em mercados fragmentados.
Olhando para o futuro, a inovação em derivativos é vista como força motriz fundamental para impulsionar o valor de mercado do bitcoin rumo a 10 trilhões de dólares. O paradigma de sucesso do IBIT deve atrair outros gigantes tradicionais de gestão de ativos, como Fidelity e Vanguard, para seguir o exemplo. O bitcoin está completando sua transição de "experimento marginal" para "infraestrutura financeira central", e a entrada contínua de instituições será o motor mais sólido desse processo.