SEC concede primeira carta de não-ação à DoubleZero

A SEC aprovou os tokens DePIN da DoubleZero, sinalizando que recompensas de infraestrutura baseadas em blockchain podem estar fora das leis de valores mobiliários dos EUA.

A Securities and Exchange Commission dos EUA emitiu uma rara carta de não ação confirmando que os tokens distribuídos pela DoubleZero, um projeto de infraestrutura física descentralizada (DePIN), estão fora do escopo das leis federais de valores mobiliários.

A carta, divulgada em 29 de setembro pela Divisão de Finanças Corporativas da SEC, afirmou que a agência não recomendaria medidas de execução caso as transferências programáticas do token nativo 2Z da DoubleZero prossigam sob as condições descritas pelo advogado da empresa em sua submissão de 25 de setembro.

Nessa submissão, a equipe jurídica da DoubleZero explicou que o token 2Z não foi projetado como um veículo de investimento, mas sim como uma recompensa funcional dentro de sua rede. “No lançamento, os tokens 2Z serão oferecidos e vendidos aos participantes da Rede de duas formas: (i) como compensação aos Provedores de Rede pela oferta de conectividade de rede de alto desempenho, e (ii) como compensação aos Provedores de Recursos pelo cálculo dos valores de Pagamento ao Provedor”, afirmou o documento.

A Fundação argumentou que essas “Transferências Programáticas” são parte integrante da operação do protocolo e “não precisam ser registradas sob o Securities Act”, nem o 2Z “deve ser registrado como uma classe de valores mobiliários patrimoniais sob o Securities Exchange Act.”

Por que os tokens DoubleZero estão fora das leis de valores mobiliários

Projetos DePIN, como a DoubleZero, representam um setor crescente de inovação em blockchain, utilizando incentivos em tokens para coordenar contribuições de recursos físicos como armazenamento, largura de banda, dados de mapeamento ou energia — tokens 2Z, por exemplo, serão distribuídos como “transferências programáticas” para participantes que fornecem conectividade ou realizam cálculos de rede.

A comissária Hester Peirce comentou que essa estrutura separa os tokens DePIN dos modelos tradicionais de captação de recursos frequentemente sujeitos ao Teste de Howey — o arcabouço legal utilizado para determinar se um ativo se qualifica como valor mobiliário.

“Esses tokens não são ações nem promessas de lucros advindos dos esforços de terceiros”, afirmou ela, descrevendo-os como “incentivos funcionais” para o crescimento da infraestrutura. Ela disse que classificá-los como valores mobiliários “suprimiria o crescimento de redes de provedores de serviços distribuídos.”

A conselheira geral da DoubleZero, Mari Tomunen, ecoou sua opinião, afirmando: “Quando o valor do token vem do trabalho de outros participantes da rede, o Howey simplesmente não se aplica.”